
Pode uma maçã vermelha, raiada de pequenos veios acastanhados e culminando em duas folhinhas de frágeis nervos, transportar-nos para outro lugar? Aparentemente não e, o mais provável é que o fruto acabe por servir um apetitoso lanche. Isto porque ninguém espera encontrar uma minúscula e lustrosa maçã, tão grande quanto é a unha de um dedo e, tocando-lhe, sentir-se invadir por histórias de outros lugares. Essa maçã, contudo, existe, tal como muitas outras, talvez em número infinito, pronta a transportar-nos para outra dimensão. O fruto não é mágico, não foi mergulhado em nenhuma poderosa poção e a única qualidade que lhe podemos atribuir é a de estar onde um dia o quisermos encontrar, isto é, no fundo da nossa imaginação, encostadinho a um dos cantos mais esquecidos. Tocamos com a nossa inspiração na bela maçã e, condição primeira, dispomo-nos a levar para os territórios que ela determinar. Assim sendo, estamos prontos a descobrir que, para além dos lugares em que tocamos e aqueles de que todos nos falam, há mundos só nossos, repletos de histórias e encanto.
O que aqui se traça é um desses casos, resultado da pequena maçã muito vermelha e sadia que, certa noite encontrei dentro de mim. Sem me atrever a revelar os caminhos a que o fruto me levou, levanto um pouco do véu sobre este pedacinho de imaginação. Chama-se Apleting, é um país repleto de grandes e mágicas maçãs, coloridas e sorridentes flores.
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